05 dez À procura do amor
À procura do amor
Tem que ter algum lugar no mundo para mim.
Algum lugar que eu encontre o amor.
O amor do qual eu sempre fugi ao mesmo tempo em que o procurei.
O amor que esteja pronto para mim, assim como agora estou pronta para ele.
Rodei o mundo sabendo que não iria encontrá-lo, porque no fundo eu não queria encontrá-lo no mundo.
Não queria que fosse alguém cujo coração batesse em outro fuso horário, em outras ruas de outras cidades, “sob outra lua”.
Eu nunca estive em sintonia com o amor. Talvez porque fosse muito mais apaixonante não tê-lo e ter sempre a sensação que algo faltava. Porque se algo falta, a gente vai atrás de uma forma ou de outra.
E assim eu me permitia permanecer sempre livre, para poder sempre estar em busca do que faltava.
Eu sempre tinha tudo, mas sentia que faltava ele, o amor.
Então eu fingia estar procurando-o, para sempre saber que ele estava faltando.
É muito mais fácil não amar ninguém do que precisar amar alguém. É muito mais fácil fugir do que encontrar. É muito mais fácil sabotar qualquer possibilidade de amor que continuar sempre a procurá-lo.
Quem procura acha? Às vezes acha, às vezes acha que acha. Mas se você acha que achou, então não é amor porque quando for amor de verdade, você não vai achar, vai ter certeza.
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