Outro dia eu vi o amor da minha vida. - Diane de Camillis
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Outro dia eu vi o amor da minha vida.

Outro dia eu vi o amor da minha vida.

Outro dia eu vi o amor da minha vida.

Ela estava linda, como sempre. Estava sentada na areia, na beira do mar, com o sol se pondo, refletindo um tom dourado, acentuando ainda mais sua pele bronzeada.

Fazia cinco anos desde o dia em que rompemos. Eu achei que fosse o tempo suficiente para esquecê-la.

Tinha acordado pensando nela, acho que sonhei que nos reencontramos e decidi dar uma volta sozinho.

Fiz o caminho que sempre fazíamos quando estávamos juntos.  Costumávamos andar pela praia de ponta a ponta.  Depois ela sempre queria parar uns minutos, perto das rochas, olhando o mar.

Confesso que na minha caminhada, tinha a esperança de encontrá-la. Apesar de frequentarmos a mesma praia todos os anos, nunca mais havíamos nos visto. Nem nos falado.

Ficaram muitas mágoas, eu sei, mas nunca consegui pedir perdão. Nunca consegui falar que eu estava arrependido e que perdê-la era um dos meus maiores medos e arrependimentos também.

Jurei que se a encontrasse, iria falar tudo que deveria ter falado desde o dia em que terminamos. E se o destino me desse essa chance, eu não a perderia nunca mais.

E então lá estava ela.  Eu a reconheci de longe. Meu coração acelerou, inversamente aos meus passos, que diminuíram quando a vi.

Ela me reconheceu de longe também. Ficou me olhando fixamente, mas percebi em seu olhar que ainda existia um sentimento triste.  E ao me aproximar mais, vi uma coisa que congelou meu coração.  Ela não era mais a mesma, e nunca mais seria. E nunca mais seria minha também.  Não sei se me perdoaria, mas voltar para mim, não voltaria.

Quando passei por ela, ela se movimentou e vi que não estava mais sozinha, que carregava o fruto de outro amor dentro de si. Ela estava grávida, e realizando um sonho, de ser mãe, mas o pai de seu filho não era eu.

Mesmo assim eu quis falar tudo que estava sentindo, mas ela negou com o olhar e eu não me aproximei.

Não sei se ela estava comprometida com alguém realmente e nem se o olhar foi mesmo para que eu não me aproximasse. Só sei que voltei pelo caminho de cabeça baixa.

Até hoje não sei se a teria de volta se tivesse falado com ela.

E até hoje, cinco anos mais, não a esqueci.

 

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