
06 abr Outro dia eu vi o amor da minha vida.
Outro dia eu vi o amor da minha vida.
Ela estava linda, como sempre. Estava sentada na areia, na beira do mar, com o sol se pondo, refletindo um tom dourado, acentuando ainda mais sua pele bronzeada.
Fazia cinco anos desde o dia em que rompemos. Eu achei que fosse o tempo suficiente para esquecê-la.
Tinha acordado pensando nela, acho que sonhei que nos reencontramos e decidi dar uma volta sozinho.
Fiz o caminho que sempre fazíamos quando estávamos juntos. Costumávamos andar pela praia de ponta a ponta. Depois ela sempre queria parar uns minutos, perto das rochas, olhando o mar.
Confesso que na minha caminhada, tinha a esperança de encontrá-la. Apesar de frequentarmos a mesma praia todos os anos, nunca mais havíamos nos visto. Nem nos falado.
Ficaram muitas mágoas, eu sei, mas nunca consegui pedir perdão. Nunca consegui falar que eu estava arrependido e que perdê-la era um dos meus maiores medos e arrependimentos também.
Jurei que se a encontrasse, iria falar tudo que deveria ter falado desde o dia em que terminamos. E se o destino me desse essa chance, eu não a perderia nunca mais.
E então lá estava ela. Eu a reconheci de longe. Meu coração acelerou, inversamente aos meus passos, que diminuíram quando a vi.
Ela me reconheceu de longe também. Ficou me olhando fixamente, mas percebi em seu olhar que ainda existia um sentimento triste. E ao me aproximar mais, vi uma coisa que congelou meu coração. Ela não era mais a mesma, e nunca mais seria. E nunca mais seria minha também. Não sei se me perdoaria, mas voltar para mim, não voltaria.
Quando passei por ela, ela se movimentou e vi que não estava mais sozinha, que carregava o fruto de outro amor dentro de si. Ela estava grávida, e realizando um sonho, de ser mãe, mas o pai de seu filho não era eu.
Mesmo assim eu quis falar tudo que estava sentindo, mas ela negou com o olhar e eu não me aproximei.
Não sei se ela estava comprometida com alguém realmente e nem se o olhar foi mesmo para que eu não me aproximasse. Só sei que voltei pelo caminho de cabeça baixa.
Até hoje não sei se a teria de volta se tivesse falado com ela.
E até hoje, cinco anos mais, não a esqueci.
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